Mar 27, 2010

Fumo, fumo e mais fumo...

Conforme já devo ter expressado várias vezes (se calhar mais do que deveria, ou de que seria razóavel!), sou completamente contra o tabaco (e outras drogas, efectivamente - o álcool passa, mas evidentemente com um uso responsável) e actividades que dele surgem.

Sinto-me ligeiramente orgulhoso de estar num país que, pelo menos, tem uma legislação anti-tabágica minimamente eficiente, quando comparado com outros países - fui a Espanha recentemente, e fiquei horrorizado ao entrar num café e deparar-me com 90% dos clientes a fumarem. Lá comi qualquer coisa, a custo, tentando não inalar aquela porcaria... Aqui em Portugal, ao menos, conseguimos que a maioria dos restaurantes e cafés não permitam fumadores a não ser que tenham sistemas de extracção adequados. Obviamente que existem inúmeros estabelecimentos que fazem vista grossa às normas (como sempre.., afinal de contas, estamos em Portugal, não é?), como bares e clubes nocturnos - mas não sou um frequentador habitual desse tipo de estabelecimentos (aliás, detesto quando, por algum motivo, lá tenho que ir - além do fumo, decerto não respeitam as normas relativamente ao ruído máximo permitido!), pelo que isso não me faz grande diferença.

No último século, nunca houve tanta informação sobre os malefícios do tabaco como agora. Enfisemas, cancros, problemas cardíacos,... é só escolher. E, parecendo quase um contrasenso, a maioria das pessoas que vejo a fumar são jovens (!), pessoas da minha idade, que na escola viram a ladaínha de "não fumes, não bebas em excesso, mantém-te longe das drogas" aí umas duzentas mil vezes!

E quem diz fumar, diz a quantidade de excessos que se cometem nas saídas nocturnas, nas festas académicas, etc... - mas isso já é matéria para futuras discussões, não me vou alongar aí.

Irrita-me (sim, não vou estar com meias palavras nem eufemismos) que, de cada vez que tenho que entrar ou sair do edifício da faculdade, me tenha que cruzar com uma horde de fumadores, e seja obrigado a respirar aquilo. Irrita-me estar à espera do autocarro com a pessoa do lado a mandar aquilo para cima de mim. Irrita-me estar simplesmente a andar no passeio e pronto, lá tive que me cruzar com um fumador!

E não me venham com histórias de que me estou a intrometer na liberdade dos outros. Consigo lembrar-me de umas quantas coisas que não posso fazer em público e que, no entanto, não fazem mal nem à minha saúde nem à dos outros. Se eu quisesse, por exemplo, fazer naturismo no dia-a-dia, será que me deixavam? [não é que tencione fazê-lo, é apenas for the sake of the argument.] Pois, obviamente que não, viriam logo com o “atentado ao pudor" e etcetera. No entanto, que eu saiba, além de poder apanhar uma constipação, o naturismo não faz mal, nem a mim, nem às pessoas com que me cruzo! Já o andar aí a passar de cigarro aceso...

Compreendo que no passado o acto de fumar tinha uma certa componente social associada - basta ver os filmes produzidos até meados dos anos 70, é raro o actor que não tem um cigarro ou charuto na boca. Mas hoje em dia? Quando já está mais que provado que fumar provoca uma série de malefícios a médio e longo prazo!

Claro que o dinheiro que o Estado retira dos impostos sobre o tabaco também não são simplesmente trocos - não há que ignorar que é uma quantia substancial que entra para os cofres do Estado dessa forma! No entanto, isto é apenas um empréstimo - só o dinheiro que vai ser gasto em assistência social e despesas médicas futuras nos mesmos cidadãos que, diligentemente, andaram a pagar os impostos sobre o tabaco que compraram...

Se alguém que, eventualmente, leia isto e seja fumador: pense um bocadinho. Actualmente existem tratamentos, e formas de acabar com isso. É preferível sofrer um pouco ao início do que ter um doloroso fim...
Se, por outro lado, for um não-fumador: continue a lutar pelos seus DIREITOS, porque do pouco que sei de leis, a saúde É um direito de TODOS!