Aug 16, 2009

Lixo.




Não sei se em algum post anterior eu mencionei o facto de ter um Ecoponto mesmo ao pé da minha casa. De qualquer das formas, dá algum jeito, facilita as eventuais deslocações para separação de resíduos, mas também pode ser um vizinho desagradável. Não por culpa dele (vá, não faz barulho de noite...), mas por culpa de certos munícipes que pensam que um Ecoponto é simplesmente um local de descarga de resíduos indiferenciados (a maioria orgânicos, o que atrai ratos e cães vadios às redondezas).

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Nem mesmo o facto de estar lá um aviso, para quem eventualmente não soubesse que aquele não é o local mais adequado para esse tipo de resíduos, fez abrandar esta torrente de lixo. De facto, e numa atitude de provocação, a maioria do lixo está agora estrategicamente colocada por baixo desse mesmo aviso (que, ironicamente, já foi vandalizado umas quantas vezes).

A visão do lixo não me incomoda, dado que de casa não o vejo directamente, e além disso ir lá uma vez por dia, por muito desagradável que possa ser, é algo a que nos vamos habituando. A diferença surge quando os tipos da MaiaAmbiente fazem das tripas coração e levam aquela tralha toda. E fica assim poucos dias, até que outro munícipe mal-intencionado se entretém a decorar a sinalização com mais lixo.

Não, o pior não é a visão do lixo. É, isso sim, os problemas que o lixo ali colocado acarreta. Já falei dos cães vadios, mas não é só com esses que as pessoas têm que ter cuidado: eu tenho dois cães, e eles devem praticamente constituir a minoria de cães nas redondezas que estão amarrados em casa, só saindo à rua quando acompanhados pelos donos. Não é o que acontece com a maioria dos cães que, tendo no entanto donos que os alimentam e proporcionam sítio para dormir (a parte do registo e vacinação, isso, já não ponho as mãos no fogo), a maior parte do tempo estão tão vadios como os pobres desgraçados que infelizmente também por cá andam (então nesta altura do Verão, em que há tanto abandono criminoso de animais... uma tristeza).

E isto tudo coloca problemas de segurança (quantos automobilistas não tiveram já que se desviar de cães no meio da rua, e quantos atropelamentos desses não houve já? Bem sei que os automobilistas são supostos circular devagar nesta zona, mas um embate a 50 km/h já é suficiente para causar dano não só no animal, mas também no veículo e seus passageiros! E quem se responsabiliza por isso?

Mas não é dos atropelamentos que vim falar hoje, como aliás já deu a entender pelo título do post. De facto, a deposição de lixo no Ecoponto sem qualquer cuidado tem o inconveniente de atrair não só ratos (que depois se espalham pela vizinhança, já apanhámos uns quantos aqui em casa) como também cães vadios (e semi-vadios, conforme mencionado anteriormente), que frequentemente rasgam os sacos de plástico e espalham todo o seu conteúdo pelos espaços em redor.

E chegamos então ao verdadeiro motivo deste post. Como tenho dois cães, a maioria dos cães vadios ronda particularmente a zona próxima da minha casa. E, qual não é o meu espanto quando hoje de manhã saio de casa e encontro o cenário presente na segunda imagem.

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Facilmente se chega ao pensamento "de quem é a culpa disto?". Bem, minha não foi, como seria de esperar, para estar a escrever semelhante documento. E, neste caso, tem que se dizer que a culpa não é de ninguém, mas, ao mesmo tempo, é de toda a gente.

Não é o momento adequado para me meter com filosofias, mas o que é certo é que tenho razão: a culpa é dos prevaricadores que enchem o ecoponto de lixo; a culpa é dos donos dos cães que andam à solta; a culpa é das autoridades competentes que ainda não tomaram nenhuma providência; e alguma da culpa também poderá ser eventualmente minha, que tenho visto isto a progredir e nunca fiz nada quanto a isso.

Bom, quanto a esta última parte, vou tentar fazer alguma coisa, quanto mais não seja denunciar às autoridades competentes. Pouco mais posso fazer, realmente... e custa a acreditar que coisas deste género continuem a acontecer numa sociedade do século XXI, ocidentalizada, e presente num país europeu. Infelizmente, parece que não somos assim tão evoluídos como os nossos antecessores de há 200 anos atrás...

1 comment:

  1. O XXI é só mesmo de número, porque de mentalidade está um pouco mais abaixo, pelo menos por cá. Mas ao menos tu ainda tens ecopontos, porque aqui na aldeia dos meus avós nem isso. Já no ano passado enviei um email à Câmara Municipal e à Sociedade Ponto Verde e nem resposta obti de ambas as entidades. E disse isto porque na aldeia que fica mesmo ao lado existem ecopontos, mas ainda fica longe, mesmo de carro. A pé, nem pensar. Enfim...

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